Épisodes

  • Ep. 50 - Edite Sousa, a luta do pai na sua voz.
    Apr 30 2024

    No último episódio do Maré Alta, uma mulher que trazendo no sangue o exemplo de resistência e luta de seu pai, continua a honrar os mesmos princípios e, apesar de muitos desencantos, a acreditar que vale a pena bater o pé, defender a justiça, os direitos iguais para todos, o mundo que pode e deve ser aquilo que quisermos fazer dele.

    Partiu de Viana como estudante universitária e não voltou a viver na sua terra. Hoje, lá do Alentejo, onde mora, faz do seu dia a dia uma intervenção concreta para que o que é certo fique lavrado na primeira página da vida das pessoas.

    “A melhor forma de eu descrever o que sinto do que foi para mim o 25 de Abril, é aquele quadro de Vieira da Silva - A poesia está na rua -. Para mim foi isso. Eu olho para aquele quadro e vejo o 25 de Abril que eu vivi. Uma exaltação, uma alegria colectiva. Tudo era possível! Era um sonho colectivo. Todos queriam um mundo melhor para todos e as pessoas colaboravam. E o meu pai teve nisso algum protagonismo, liderava alguns movimentos e nós acompanhávamos”.

    Edite Sousa, no Maré Alta, o podcast do 25 de Abril, a partir do Alto Minho.

    E assim terminam as 50 histórias e memórias pessoais que pintam como foi antes, durante e depois das Revolução dos Cravos no distrito de Viana do Castelo.

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    59 min
  • EP. 49 - Paulo Bento, o Historiador de memórias.
    Apr 29 2024

    Neste Maré Alta, um Historiador.

    Com ele descobrimos muitas histórias do 25 de Abril alto minhoto. Factos e acontecimentos nunca antes referidos. Era muito novo nos tempos da Revolução, mas a resistência estava dentro de sua casa tendo vivido com a ausência dos pais, presos da ditadura e percebido desde muito cedo o que é o fascismo, o que é a censura, o que é a falta de liberdade. Quando fala não há amargura.

    No tom das palavras está a importância de transmitir a memória, o saber, a curiosidade e a alegria do conhecimento, não fora a docência a sua principal actividade.

    “Nessa tarde saí com os meus pais para a Avenida dos Aliados e fomos para ver o que se passava. Lembro-me perfeitamente de estar na Av. dos Aliados já com muita gente, de tanques com militares a passar, lembro-me da minha mãe, emocionada, a perguntar aos militares de que lado é que estavam… e depois fomos para casa de uma tia e ficamos à espera dos comunicados. Foi um dia muito forte para mim, apesar dos meus 11 anos”.

    Paulo Bento, no Maré Alta, o podcast do 25 de Abril, a partir do Alto Minho.

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    51 min
  • EP. 48 - Laureano Freixo, o discreto lutador.
    Apr 27 2024

    Neste episódio, mais um homem da Luta.

    Um dia, o desencanto tomou conta do seu coração e afastou-se. Mas a sua essência nunca o abandonou.

    Mais na penumbra e menos na linha da frente, continua a defender tudo aquilo em que acredita, continua a lutar, continua a resistir, continua a trabalhar pelo bem de todos e a acreditar que o mundo melhor está nas nossas mãos. Começou cedo, aos 17 anos. Actualmente é um operacional da Cultura e da História.

    “Palavra de ordem - Falar, nunca! - Ainda hoje tenho um bocadinho esse tique. Às vezes sou acusado de não dizer tudo. Lembro-me que (na véspera ou antevéspera do 25 de Abril), eu saí de casa, passei pela Rua da Bandeira, tomo o trajecto em direcção à casa do Dr. (Ribeiro da Silva) e, a partir das Galerias César, começo a sentir que havia passos atrás de mim. Entro em casa e comento. E já outros colegas meus tinham feito esse comentário. Estava a haver ali um controle da situação.”

    Laureano Freixo, no Maré Alta, o podcast do 25 de Abril, a partir do Alto Minho.

    Até ao fim do mês de Abril de 2024, completaremos as 50 histórias na celebração dos 50 anos de Democracia.

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    1 h et 3 min
  • EP. 47 - Teresa Freitas, as memórias de um pai contra o regime.
    Apr 25 2024

    Neste Maré Alta, uma mulher que traz desde muito nova o sentido de justiça e liberdade a correr-lhe nas veias.

    Na casa de seus pais, respirava-se revolução, muito antes da revolução. E, apesar de estarem sempre sob o olhar atento (mas muito limitado) de observadores do Estado, os pides, por esta moradia passaram muitos opositores ao regime, nela se realizaram muitas reuniões clandestinas e nela também se aprendeu o verdadeiro valor da liberdade, da democracia e o significado da luta, fosse qual fosse o preço a pagar.

    “Tínhamos uma casa muito grande. Tinha 12 quartos. E tinha um salão. E nesse salão, reunia-se a juventude que estava ávida de saber coisas. Encontravamo-nos todos lá, para falar dos vários assuntos. Discutir Arte, Cultura. O Dr. Ribeiro da Silva fazia lá colóquios, o Soares pintor fazia lá as suas exposições, O Couraçado Potemkine foi lá exibido. O meu pai era militante do MUD juvenil desde os 17 anos. Depois, militante do Partido Comunista Português. Entrou nas campanhas do Humberto Delgado, do Ramos Pereira…Antes do 25 de Abril, a nossa casa, na altura das Legislativas, tinha nas varandas os cartazes todos dos candidatos da oposição”.

    Teresa Freitas, no Maré Alta, o podcast do 25 de Abril, a partir do Alto Minho.

    25 de Abril SEMPRE!

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    54 min
  • EP. 46 - Abílio Faria, entre o Ensino e o Jornalismo.
    Apr 22 2024

    Neste episódio, um homem que vem do Ensino e do Jornalismo.

    Numa e noutra actividade todos lhe reconhecem o título de Mestre.

    Não sendo natural de Viana, foi para esta cidade que se mudou muito novo e a ela dedicou todo o seu saber. De sentido de humor apurado e inteligência vibrante, tem muito para nos contar sobre os tempos de mudança vividos há 50 anos.

    “A minha família era uma família de trabalhadores. Os meus avós eram ferroviários e sendo ferroviários, havia uma cultura sempre muito interessante em termos de reacção ao regime, de pró-sindicalismo. Até tive um tio que que foi o Presidente do Sindicato dos Ferroviários e, por conseguinte, havia uma tradição familiar de não ser pró-regime”.

    Abílio Faria, no Maré Alta, o podcast do 25 de Abril, a partir do Alto Minho.

    Até ao fim do mês de Abril de 2024, completaremos as 50 histórias na celebração dos 50 anos de Democracia.

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    1 h et 19 min
  • EP. 45 - José Escaleira, um homem de palavra e das palavras com ações.
    Apr 20 2024

    Neste Maré Alta, um homem do Ensino, do Teatro, da Rádio, do Folclore, da cidade.

    Todos o conhecem pela sua dedicação à vida cultural vianense e por todo o saber que lhe dedica.

    “No 25 de Abril ia fazer 23 anos, uma idade excelente para se estar no meio de uma

    Revolução. Estudava no 4º ano da Faculdade de Economia. Um 4º ano muito agitado.

    Nesse dia estava nos Escuteiros e preparava-se o 1o de Maio com panfletos para distribuir.

    Eu estava ligado às ditas organizações de esquerda revolucionária”.

    José Escaleira, no Maré Alta, o podcast do 25 de Abril, a partir do Alto Minho.

    Até ao fim do mês de Abril de 2024, completaremos as 50 histórias na celebração dos 50 anos de Democracia.

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    45 min
  • EP. 44 - Ernesto Videira, memórias fortes da Revolução dos Cravos.
    Apr 17 2024

    Neste Maré Alta, um homem que chega do Ensino e que cumpria serviço militar no 25 de Abril.

    Vianense, esteve nas operações daquela madrugada a partir da cidade da Guarda.

    “Nesse período da Secção Preparatória, comecei a ouvir mais informação acerca da

    situação do país. Situação política. A Guerra Colonial, o General Humberto Delgado. Aí já

    se conversava um pouco..... Nós, logo em uníssono. dissemos - Meu Capitão, estamos

    aqui, ao seu lado, para o que der e vier”.

    Ernesto Videira, no Maré Alta, o podcast do 25 de Abril, a partir do Alto Minho.

    Até ao fim do mês de Abril de 2024, completaremos as 50 histórias na celebração dos 50 anos de Democracia.

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    57 min
  • EP. 43 - Ângela Cardoso, uma mulher do universo Universitário.
    Apr 15 2024

    Neste episódio, uma mulher do Ensino e das Artes.

    Cita com gosto os “nossos” maiores e deixa uma importante mensagem às gerações que começam agora os dias de vida activa.

    “(passar aos jovens) Uma baliza de reflexão que lhes permite não entrar em dilemas e não

    cederem a facciosismos fáceis e popularistas que, de facto, podem ultrajar aquilo que são

    os nossos direitos trabalhados, lutados, a sangue suor e muitas lágrimas para chegarmos

    até àquilo que somos - um país livre e que acredita, claramente, na Democracia”.

    Ângela Cardoso no Maré Alta, o podcast do 25 de Abril, a partir do Alto Minho.

    Até ao fim do mês de Abril de 2024, completaremos as 50 histórias na celebração dos 50 anos de Democracia.

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    40 min